segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A vitória do PS

Não sou PS, não PSD, não sou CDU, nem PP, nem BE nem de nenhum outro partido!
Mas felicito o PS pela estrondosa vitória obtida ontem! 120 deputados é obra!


Mas pergunto se é uma vitória do PS ou é mais uma derrota do PSD e do PP?
Estou em crer que os resultados de todas as eleições, desde as legislativas que reconduziram António Guterres têm sido mais derrotas dos governos em actividade do que vitórias da oposição. Senão vejamos:

  • Autárquicas de 2001 * - Desaire completo do PS, com a perda das principais câmaras do país (Lisboa, Porto, Coimbra, Sintra, entre outras..), interpretado como uma séria reprimenda ao então governo de António Guterres, este decide, e bem, apresentar a demissão.
  • Legislativas de 2002 * - Nas eleições consequentes à demissão de Guterres, o PS é derrotado, baixando de 44% (115 lugares) para 37% (96) lugares. É criada uma coligação pós-eleitoral entre PSD e CDS para criar um governo suportado por uma maioria absoluta coligada.
  • Europeias de 2004 * - Nas Europeias de 2004, existem duas forças principais na luta pelos lugares. O PS e uma coligação idêntica à que então era governo, formada pelo PSD e pelo CDS. Os resultados são esclarecedores, vitória do PS com 44% (12 eurodeputados) e a coligação a somar apenas 33% dos votos (9 eurodeputados). Curioso será de analisar que nessas eleições a coligação somou menos 2 lugares do que os dois partidos nas eleições anteriores, às quais se apresentaram separados.
  • Legislativas de 2005 * - Nas eleições realizadas no passado domingo, os dois partidos no poder somaram apenas 35% (84 lugares) contra os 49% (119) obtidos nas eleições anteriores. O PS saltou dos 37% (96 lugares) para uns esclarecedores 45% (120 lugares).

Resumindo, nos últimos anos, não houve um partido no poder que ganhasse umas eleições, fossem estas autárquicas, legislativas ou europeias. Ou seja, desde 2001 que não há um governo que consiga ser avaliado de forma positiva por quem vota.

Podem chamar-lhe vitória da oposição que ganha, eu chamo-lhe derrota do governo que perde!

Sinceramente, espero que desta vez corra bem. O novo governo, comandado pelo José Sócrates, tem todas as condições para fazer o que entender ser o melhor para o País.

Não posso dizer que tenho grandes esperanças, mas vamos ver..

*http://eleicoes.cne.pt/cne2005/sel_eleicoes.cfm?m=vector

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Debate a 5 (ou a 4?) II

No debate de ontem foi discutida a intenção do bagão félix de aumentar a idade de reforma dos 65 para os 67 anos. A base desta proposta é o aumento da esperança média de vida, associado a um decréscimo nos nascimentos na população, o que pode provocar, dentro de alguns anos, o colapso financeiro da segurança social. Como sempre, é o dinheiro a falar mais alto.
Como era de esperar, havia partidos contra essa possibilidade, e outros a favor. Curiosa foi a sugestão de Pedro Santana Lopes: aumentar a idade de reforma da função pública para 65 anos e a idade de reforma do regime geral para os 67.

Recordo que no regime geral, a idade da reforma é de 65 anos, na função pública é de 60 anos (com 36 anos de serviço) e alguns senhores têm direito apenas ao fim de 12 anos a fazer o que nós bem sabemos.
Eu tenho uma sugestão um pouco diferente. Porque não aumentar a idade de reforma da função pública, deputados, eurodeputados, presidentes de câmara, vereadores, secretários de estado, presidentes da CGD, da RTP, da Galp e afins para os 65 anos? De certeza que se garantia o saneamento financeiro da segurança social. Acredito que todas as finanças públicas levavam um bom balão de oxigénio!
Gostava mesmo de ver um estudo que comparasse os pesos das reformas do regime geral e o peso das reformas dos restantes regimes. Aí estava uma estatística curiosa para avaliar num debate a cinco, principalmente quando alguns deles já são reformados ou já se podem reformar com chorudas reformas e querem que os outros trabalhem ainda mais dois anos.

Debate a 5 (ou a 4?)

Ontem ainda apanhei algumas partes do debate a cinco que, mais uma vez, tentava esclarecer os eleitores sobre as posições dos candidatos.
No geral, fiquei com algumas ideias, que foram as seguintes:
  • Pedro Santana Lopes está às aranhas - Digo isto porque se viu a falta de ideias próprias, comprovada pela constante tentativa de atirar os outros intervenientes contra a parede em cada intervenção que estes tinham. Todos dizem que o actual futuro ex-1º ministro se sente como peixe na água quando se trata de televisão, mas fiquei com a impressão que nem isso o safou. Os argumentos que usou eram vazios, às vezes pouco coerentes, e sem profundidade. Em termo de ideias, não me surpreendeu.
  • José Sócrates só quer que o tempo passe depressa - O candidato do PS mostrou que lhe falta estofo para aguentar uma maratona como a campanha eleitoral se está a tornar. As ideias são vagas, algumas pouco fundamentadas e que soam mais a promessa do que a acção. Pareceu-me que está a ficar fragilizado e com falta de convicção, talvez pela perda de votos que as sondagens, semana após semana, têm divulgado.
  • Paulo Portas continua o mesmo - Gostei de ouvi-lo dizer que os acordos são para cumprir, mas depois das eleições logo se vê. Recordo-me bem do ano em que viabilizou o orçamento do PS, de nariz empinado na Assembleia da República, como se fosse um herói nacional. Parece-me que se prepara para fazer o mesmo, mandando o acordo para as urtigas.
  • Francisco Louçã e as suas ideias - Uma das coisas que aprecio no Louçã, é o facto de, quase sempre, basear as suas posições em ideias, não em políticas. Digo quase sempre porque continua sempre a dizer que a Esquerda é um centro de virtudes, e a Direita a fonte de todos os males. Soa a Bush, mas do outro lado da barricada. Mostrou-se sempre seguro das suas posições, e tal como Portas, disponível para apoiar um governo PS em determinadas fases. Apreciei o facto de afirmar que não aceitará uma coligação governamental com o PS pois existem muitos pontos de discórdia nos respectivos programas. Vamos ver se se confirma.
  • Jerónimo de Sousa fraquinho - Jerónimo de Sousa está fraquinho, e não é pelo problema da voz. Desde que assumiu o cargo que me parece faltar carisma e dinamismo ao candidato. Talvez seja tradição no partido, não sei. A verdade é que o discurso basicamente é sempre o mesmo.

Houve ainda uma situação que achei curiosa no debate. A forma como José sócrates defendeu o sistema financeiro em determinada altura do debate. Parecia que estava a defender algo que é seu. É curioso como o PS e o PSD se dizem tão diferentes, mas em determinadas matérias são tão parecidos, até nos tachos que arranjam neste tipo de instituições!

Resumindo: As únicas certezas com que que fiquei foi de que, em alguns dos candidatos, eu não voto de certeza. Ainda vou decidir se voto em algum dos outros.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Irmã Lúcia

Há muito que não sou um católico exemplar (pelo menos aos olhos dos mais católicos), mas a morte da Irmã Lúcia também me provoca a mim uma certa sensação de perda.
Desde muito pequeno que eu me lembro de ouvir falar dos Pastorinhos de uma forma que me fez ficar com uma grande simpatia e carinho por eles. Admito que durante muitos anos nem me lembrei da Irmã Lúcia e dos seus primos ou não fosse uma ex-colega de trabalho, sobrinha-neta (ou qualquer coisa do género) da Irmã Lúcia a falar e a mostrar-me umas fotografias há uns meses. Mas também sinto a perda.
A sensação que sinto é idêntica à sentida aquando da morte da Amália, do Fernando Pessa, do Fialho Gouveia, do Henrique Viana, entre outros.. São pessoas que me habituei a ver e a ter alguma simpatia desde pequeno, e que vão desaparecendo sem haver substitutos com o mesmo carisma ou histórias para contar.

É o segundo grande representante dos três "efes" a partir. Já só falta um!

sábado, fevereiro 05, 2005

Futebolês

Salvo erro, hoje faz um ano que o José Mourinho foi acusado de ter rasgado a camisola de um jogador do sporting. Nessa altura, os dirigentes lagartos diziam possuir gravações com "factos gravíssimos" que iriam divulgar na altura certa.

Após um ano em que o José Mourinho foi castigado (um jogo de castigo na superliga, onde se calhar não voltará a treinar) com base apenas em depoimentos e depois despenalizado, ainda não se viram as terríveis imagens de que tanto se falou.

Continuamos à espera..

Como alguém já disse:

"..uns têm dias tristes, outros têm Dias da Cunha!"

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

A "Pré-Campanha"

Parece que o Luis Nobre Guedes quer que se faça um levantamento popular em Coimbra, para impedir a entrada do José Sócrates na cidade por este ser a favor da co-incineração.
Eu concordo! Acho que quando um político prejudica, ou pretende impôr medidas que prejudiquem uma cidade, esta se deve revoltar e mostrar-lhe o seu descontentamento.

Por isso, proponho que quando o Luis Nobre Guedes for para a sua casa (perfeitamente legal, diga-se) na Serra da Arrábida, haja um levantamento popular das pessoas que viram (ou verão) as suas casas (perfeitamente ilegais, diga-se) a serem demolidas.

Já agora, proponho que se faça ao contrário! Só se deixa entrar um político numa cidade, vila ou aldeia, se este tiver feito obra que possa ser considerada benéfica para a localidade em questão ou para o país!
Assim, certamente que se poupava muito dinheiro em viagens dessa gente, pois conseguiam entrar em muito poucos sítios.

Eurodeputados

Segundo o Correio da Manhã, o Luxemburgo quer instituir um salário único e igual para todos os eurodeputados.

Como é óbvio neste tipo de situações, o objectivo é sempre nivelar por cima. Resultado, os eurodeputados portugueses "arriscam-se" a ser aumentados em 3653€ por mês. Ou seja, passarão a receber mais do dobro do que actualmente recebem.

Por mim, acho muito bem. Trabalho igual implica salário igual. Não acho justo que um eurodeputado, só por ser português, receba metade do que recebe um alemão. Afinal, as despesas são idênticas, ambos estão +/- longe de casa e ambos foram eleitos.

Só exijo que façam o mesmo para os restantes Trabalhadores Portugueses!!

A "Pré-Campanha"

Estamos numa fase algo incaracterística.
Todos os dias os jornais aparecem com manchetes relacionadas com a "pré-campanha eleitoral". Todos os dias há comícios e jantares de "pré-campanha eleitoral". Todos os dias assistimos às mesmas picardias de "pré-campanha eleitoral".
PORRA, PÁ!!
Se a campanha eleitoral ainda não começou, porque é que temos que levar com isto todos os dias?

Podiam fazer como os clubes de futebol e faziam os comícios à porta fechada. Quem os quisesse ouvir, ia ao comício.. sem jornalistas!!
No dia em que começar a campanha eleitoral (ou seja, quando acaba a "pré-campanha eleitoral") então sim, fazem todas as palhaçadas do costume à porta aberta, e à vista de toda a gente.

Estou mesmo curioso para ver se se vai notar a diferença entre "pré-campanha eleitoral" e a campanha eleitoral.
Em princípio, devemos ver o 1º ministro em campanha, os ministros em campanha, os secretarios de estado em campanha, os deputados em campanha, os autarcas em campanha, os boys em campanha.. ou seja, tudo muito diferente do que temos hoje.

Hard at Work, como sempre nos habituaram!

Regresso

Após uma pequena pausa, e na sequência das insistentes reclamações da única pessoa que lia este blog, decidi voltar a divulgar as minhas opiniões neste espaço.

Trigus, Amigão, espero que mantenhas o nível de audiência.