quarta-feira, maio 25, 2005

Ainda Guterres

São curiosos os comentários a elogiar a nomeação do ex-primeiro ministro para alto comissário da ONU. Uns falam que foi uma escolha baseada na experiência de governação do nomeado, outros falam das suas qualidades. É só elogios.
A maior parte não se lembra, certamente, da forma como se demitiu quando a crise começou, nem da forma como deixou o País à deriva.
Mas em tantos elogios e congratulações o que mais me chamou a atenção foi a intervenção em que o actual ministro dos negócios estrangeiros se congratula pela acção do seu ministério neste processo, nomeadamente pelos cerca de 1000 (mil?!?!?!?) telexs enviados nos últimos 30 dias bem como os agradecimentos a todos os estados (e respectivos chefes de estado) que mostraram o seu apoio à nomeação do ex-primeiro ministro.
Mais uma vez, a nomeação não foi baseada no candidato e nas suas qualidades (nesse caso, nem sequer era candidato) mas sim por aquilo que faz política também na ONU: os lobbys, os compadrios e as pressões!

Mas como diz o Povo, há bens que vêm por mal! É que com esta nomeação, não parece provável que Guterres se venha a candidatar a Presidente da Républica.
E aí sim, Portugal saíu a ganhar!