quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Debate a 5 (ou a 4?)

Ontem ainda apanhei algumas partes do debate a cinco que, mais uma vez, tentava esclarecer os eleitores sobre as posições dos candidatos.
No geral, fiquei com algumas ideias, que foram as seguintes:
  • Pedro Santana Lopes está às aranhas - Digo isto porque se viu a falta de ideias próprias, comprovada pela constante tentativa de atirar os outros intervenientes contra a parede em cada intervenção que estes tinham. Todos dizem que o actual futuro ex-1º ministro se sente como peixe na água quando se trata de televisão, mas fiquei com a impressão que nem isso o safou. Os argumentos que usou eram vazios, às vezes pouco coerentes, e sem profundidade. Em termo de ideias, não me surpreendeu.
  • José Sócrates só quer que o tempo passe depressa - O candidato do PS mostrou que lhe falta estofo para aguentar uma maratona como a campanha eleitoral se está a tornar. As ideias são vagas, algumas pouco fundamentadas e que soam mais a promessa do que a acção. Pareceu-me que está a ficar fragilizado e com falta de convicção, talvez pela perda de votos que as sondagens, semana após semana, têm divulgado.
  • Paulo Portas continua o mesmo - Gostei de ouvi-lo dizer que os acordos são para cumprir, mas depois das eleições logo se vê. Recordo-me bem do ano em que viabilizou o orçamento do PS, de nariz empinado na Assembleia da República, como se fosse um herói nacional. Parece-me que se prepara para fazer o mesmo, mandando o acordo para as urtigas.
  • Francisco Louçã e as suas ideias - Uma das coisas que aprecio no Louçã, é o facto de, quase sempre, basear as suas posições em ideias, não em políticas. Digo quase sempre porque continua sempre a dizer que a Esquerda é um centro de virtudes, e a Direita a fonte de todos os males. Soa a Bush, mas do outro lado da barricada. Mostrou-se sempre seguro das suas posições, e tal como Portas, disponível para apoiar um governo PS em determinadas fases. Apreciei o facto de afirmar que não aceitará uma coligação governamental com o PS pois existem muitos pontos de discórdia nos respectivos programas. Vamos ver se se confirma.
  • Jerónimo de Sousa fraquinho - Jerónimo de Sousa está fraquinho, e não é pelo problema da voz. Desde que assumiu o cargo que me parece faltar carisma e dinamismo ao candidato. Talvez seja tradição no partido, não sei. A verdade é que o discurso basicamente é sempre o mesmo.

Houve ainda uma situação que achei curiosa no debate. A forma como José sócrates defendeu o sistema financeiro em determinada altura do debate. Parecia que estava a defender algo que é seu. É curioso como o PS e o PSD se dizem tão diferentes, mas em determinadas matérias são tão parecidos, até nos tachos que arranjam neste tipo de instituições!

Resumindo: As únicas certezas com que que fiquei foi de que, em alguns dos candidatos, eu não voto de certeza. Ainda vou decidir se voto em algum dos outros.